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Esper: Um herói da ciência e tecnologia. |
Kousoku Esper, ou Velocidade da Luz Esper foi uma série de 1967 da produtora Senkosha, com patrocínio da empresa Toshiba, que desejava promover suas lâmpadas e aparelhos elétricos. Assim como fora o National Kid para a National (atual Panasonic) em 1960, Esper era um símbolo para as campanhas da Toshiba.
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Com seus jatos acoplados, Esper consegue alcançar a velocidade da luz. |
A série contava as aventuras do garoto Hikaru Higashi, que se transforma no super-herói Esper, equipado com alta tecnologia para combater o mal e proteger a humanidade.
No primeiro episódio, o rapaz está fazendo um passeio de balão com seus pais, até que um acidente misterioso derruba o veículo. O balão havia se chocado com uma pequena nave vinda do planeta Esper, com um casal de pesquisadores alienígenas fugitivos.
Os pais do menino morrem no acidente, e para tentar minimizar a tragédia, os aliens entram nos corpos sem vida e os restauram, assumindo suas identidades. Incrivelmente, Hikaru não percebe a troca e a vida seguiria normalmente. Porém...
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Os ardilosos aliens Giron. |
Esper com seu segundo uniforme.
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2) Redução de tamanho: Girando o disco em seu peito, pode encolher a tamanhos microscópicos por até 30 minutos.
3) Telepatia: Com seu capacete, pode acessar a habilidade natural dos seres esper de ler mentes e transmitir seus pensamentos a longas distâncias.
4) Replicação: Pode criar cópias de objetos inanimados, um recurso útil para enganar inimigos.
5) Visão posterior: É capaz de visualizar a última imagem vista por uma pessoa desacordada ou mesmo morta.
6) Habilidade de combate: O uniforme possui capacete com emissor de ondas de choque, arma de energia na cintura e uma pistola com diferentes tipos de raios.
7) Screen/Tela de proteção: Espécie de campo de força que protege o uniforme. Isso permite tanto que ele viaje pelo espaço quanto mergulhe nas profundezas do mar. Porém, o calor em excesso pode prejudicar o funcionamento do traje.
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Esper e sua poderosa arma de raios. |
Logo, o neto do Dr. Asakawa, o pequeno Koichi, entra em ação como Esper 2, usando um traje similar e pilotando um carro voador, o Super Ni-Gou (ou "Super Número 2"). O parceiro-mirim do herói possui poderes similares, mas ainda pouco desenvolvidos.
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O pássaro-robô Chika, conselheiro do herói. |
Em 1973, Mitsugi viveu Jiro Nishida, um dos integrantes do esquadrão ZAT, na icônica série Ultraman Taro. Acabou participando de poucos episódios da série, pois foi escalado para viver o papel principal na série de época Shirojishi Kamen, que teve 13 episódios. Kyotaka se tornou uma celebridade em seu país, atuando em muitas produções e até fez algumas gravações como cantor.
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Esper e o pequeno Esper 2 |
O mangá original, assinado por Riji Asano, foi publicado na revista Shonen, da editora Koubunsha, entre 1966 e 68. Ainda durante a produção do mangá, a série de TV foi exibida entre agosto de 1967 e janeiro de 68, com sucesso mediano. Lembrando que em outubro de 1967 houve a estreia de Ultra Seven, que arrebatou o público e atraiu muito mais atenção. Mas o jovem aventureiro seguiu firme, com seu projeto infinitamente mais modesto.
A série era uma verdadeira pérola em uma época bastante ingênua. Imagine uma família desenvolvendo armas de combate para serem usadas pelas crianças para combater uma ameaça alienígena. Mas Esper tinha histórias criativas e se conectava diretamente com seu público-alvo.
Pela Nihon TV, Esper era exibido aos sábados, às 19h00, um horário considerado nobre. Pelas retransmissoras pelo país, os horários variavam, mas sempre entre o fim de tarde e começo da noite, um horário em que a família se reunia para jantar e ver TV.
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O traço original de Niji Asano (à esquerda) e a versão de Leiji Matsumoto. |
Com a boa audiência das reprises, uma nova série em mangá foi planejada, desta vez sob encomenda do jovem autor Akira Matsumoto, que posteriormente mudaria seu nome artístico para Leiji Matsumoto. Ainda em atividade, é uma lenda viva do mangá e do animê, famoso como autor das séries Capitão Harlock e Galaxy Express 999 e co-criador do mangá e animê Encouraçado Espacial Yamato, conhecido no Brasil como Patrulha Estelar.
Desde sempre um autor com ideias próprias, ele impôs várias mudanças que fizeram de seu Esper uma versão diferente da original. O Esper de Leiji Matsumoto foi publicado na revista Shonen Book, título extinto da editora Shueisha, entre 1968 e 69 e gerou dois volumes compilando suas aventuras.
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O obscuro mangá STAND BY EXPHER |
A nova história apresentava uma heroína que tinha o mesmo nome de Hikaru Higashi e seu uniforme era inspirado no visual clássico. Porém, a revista foi cancelada e a série ficou incompleta, existindo poucas referências a ela atualmente.
Esper foi uma série bem-sucedida em uma época altamente experimental da TV japonesa. Com criatividade, o estúdio conseguiu se aproximar muito de seu público, com um herói adolescente e outro ainda criança, vivendo aventuras incríveis.
Com a saga de Esper e seu parceiro Esper 2, as crianças da época tiveram heróis com quem podiam se identificar facilmente. Afinal, qual garoto não gostaria de um ter capacete, um jato nas costas e uma arma de raios? Com tudo isso e muito mais, Esper era pura diversão!
Abertura da série:
Kousoku Esper no Utá (ou "A canção de Esper - Velocidade da Luz")
Letra: Osamu Yoshioka / Melodia: Ryoichi Hattori (*)
Intérprete: Hiroshi Mochizuki
(*) Algumas vezes creditado como Hajime Hoshi
Título original: Esper ~ 光速エスパー (Kousoku Esper)
Estreia no Japão: 01/ 08/ 1967 (TV Nihon)
Número de episódios: 26
Emissoras no Brasil: TV Tupi e TV Gazeta
Criação e design dos personagens: Riji Asano
Planejamento: Miki Matsumoto
Roteiro: Kazuo Ikeda, Masaru Ino, Tadakuaki Yamazaki, Ryuzo Nakanishi, Satoshi Tanimura e Tatsuo Tamura
Trilha sonora: Katsuhisa Hattori
Direção de efeitos especiais: Masaru Takahashi
Direção: Yoshihiro Ishikawa, Hiroshi Fukuhara, Ken Yamada, Toru Toyama, Masami Tamura e Sumio Iwaki
Produtor: Toshio Kobayashi
Realização: Senkosha
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Garoto-propaganda oficial da Toshiba. |
Hikaru Higashi/ Esper: Kiyotaka Mitsugi
Masato Higashi (pai): Toshio Hosokawa
Shizuka Higashi (mãe): Chiaki Tsukioka
Dr. Asakawa: Jun Usami
Koichi Asakawa/ Esper 2: Atsushi Degawa
Koutarou Asakawa (pai de Koichi): Shigou Ayakawa
Chika (voz): Reiko Katsura (eps. 1 a 16) e Yoshiko Ota (17 a 26)
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10 comentários:
Esse eu não cheguei a ver e só soube dele muitos anos mais tarde em revistas japonesas. E acho que me lembro de ter visto o personagem em propagandas da Toshiba, mas desenhado. Esta matéria me ajudou a saber mais detalhes e foi bem instrutiva.
Interessante que os "Espers" mesmo, no sentido original da palavra, então seriam os alienígenas que tomaram os corpos dos pais do menino, já que eles usam telepatia. E acabou se tornando o nome do herói. Outra palavra que causava confusão por lá era "cyborg", que era confundido com "android".
Outro ponto é que eles colocavam limitações para os poderes do Esper, nesse caso de energia e tempo, o que ajudava a dar emoção. Imagino o desespero dele se ficasse entalado em um buraco de rato aos 29 minutos da miniaturização.
De fato era uma época bem mais ingênua, em que se procurava aproximar o herói de seu público alvo. Outro exemplo seria o Shonen Jet, de 1959. A crueza de se usar crianças na guerra seria abordada muitos anos depois, como por exemplo em Zambot 3, de Yoshiyuki Tomino.
Fala, Usys!
Sou um pouco mais velho que você, então tenho algumas lembranças da série, só que são mais lembranças visuais. Revi o primeiro episódio inteiro e vi trechos aleatórios. O resto foi pesquisa mesmo. Não lembro se Esper chegou até a década de 80, só lembro que a última exibição foi na TV Gazeta.
Em casa, a Gazeta tinha imagem ruim e eu tinha que ver na TV do quarto, que era em preto-e-branco. Não ligava, gostava assim mesmo. Passava de noite, assim como O Judoca. Eu jantava sozinho no quarto, só pra ver Judoca e Esper na TV Gazeta, pois era hora de minha mãe ver novela.
As histórias envolviam salvamentos, resgates, ações para evitar que alguma catástrofe acontecesse, como desviar um míssil desgovernado ou encontrar uma cura para um veneno mortal. Não eram histórias de batalha propriamente dita, mas tinha luta corporal também. Esper é outra daquelas séries que eu gostaria muito de ver um remake com a tecnologia atual. Seria bem interessante.
Falou! Grande abraço!
Anos 60 foi uma época em que os trajes de mergulho serviam muito como base para os trajes de heróis. O rapaz que fez o Ésper foi literalmente um 'herói' pois suportar o calor que uma destas faz sem cair na água... Que doidera!
Opa, tudo bem?
Eu li depoimentos de Haruo Nakajima, o dublê original do Godzilla, onde ele contava que perdia alguns quilos por dia de filmagem, de tão quente e pesado que era o traje de borracha. Mas ele era um dublê profissional, formado em kendô. No caso do Kiyotaka Mitsugi, o menino foi mesmo um herói. Como o rosto ficava à mostra e foi feito sob medida para ele, teve que fazer as cenas com o traje, aguentando longas filmagens sob a luz de refletores. Considerando que ele não era um dublê e tinha apenas 14 anos, dá pra entender como deve ter sido difícil.
Não o achava um ator carismático, mas certamente muito esforçado. E foi recompensado com uma carreira longa e cheia de reconhecimento.
Falou! Abraço!
A primeira vez que eu tomei conhecimento de Esper foi vendo uma lista no site Tokusatsu Tyosenshu com séries que foram exibidas no Brasil e me chamou atenção o fato de algumas destas eu nunca ter ouvido falar. Esper era um desses nomes. Até cheguei a pesquisar na época (99, 2000), mas a internet era outra. Hoje, percebe-se que temos muito mais acesso a raridades como esse vídeo de abertura aí.
Confesso que tenho muita dificuldade de imagiar como seria um remake de Esper nos dias de hoje, até porque considero a série muito caracterizada pela época. Está mais para "Chapolin Colorado do Japão" do que o que vemos atualmente em termos de Tokusatsu (com super efeitos especiais e apelo comercial escrachado).
Ainda assim, sou obrigado a reconhecer que, apesar de muito antiga e "quase da época do PB", Esper tinha uma mistura de cores muito interessante. Essa combinação de amarelo, vermelho e azul me agradou bastante!
Fala, Bruno!
Eu assistia Esper em P/B mesmo, na TV que tinha no meu quarto, pois passava na hora da novela que a minha mãe assistia. Então, só fui descobrir as cores bem depois, em uma propaganda em revista japonesa das fitas VHS.
A produção envelheceu bastante, mas ainda acho que um remake poderia ser bem sucedido, se fosse feito por um diretor tipo Kyotaka Taguchi ou mesmo o Koichi Sakamoto. Tenho curiosidade em ver a versão mangá do Leiji Matsumoto, que parece que foi por um caminho bem diferente do original.
Valeu! Abraço!
Esse é mais um daqueles que não tive como ver nada na época(até porque a imagem da Gazeta era quase inassistível na minha região e só pude ver algo da emissora no final dos anos 80, época do Clip Trip, Gazetinha e Sábado Quente, programa de esportes amadores do De Paula)e só fiquei sabendo por citações, sendo uma delas na Herói Gold. Mas só fui ver o visual no começo dos anos 2000.
A primeira impressão foi a de ver um 'brasinha do espaço japonês', mas vendo apenas a abertura e algumas fotos não tinha como saber a respeito. Há alguns anos consegui a série inteira e vi poucos episódios. É interessante mas a produção é paupérrima como Robô Gigante. Um remake, seja em anime ou live-action seria mais que bem-vindo, mas por se tratar de um garoto-propaganda, como National Kid, creio que na cabeça dos donos dos direitos autorais é mais fácil deixá-lo apenas no canto da nostalgia.
Abraços.
Assisti sua estréia por volta de 1975 no programa do Capitão Aza na Rede Tupi. Junto com ele foi lançado o "Regresso de Ultraman". Muito comentado desde a estréia, Esper fez muito sucesso pois, era exibida na sequência do Ultraman. Por esta época não havia brinquedos, revistas, nada sobre os heróis japoneses. Nos contentava-mos com anotações dos espisódios e personagens além de comentar com os colegas na escola sobre o episódio exibido no dia anterior. Simplesmente maravilhoso!
Olá, Flamenguista!
Eu tinha poucas lembranças de Esper, mas lembro de desenhar o personagem em cadernos. A ideia do super traje era fascinante para qualquer garoto da época.
Se gostou da matéria do Esper, dá uma procurada, pois no Sushi POP tem matérias sobre algumas outas séries da época, como Vingadores do Espaço e, é claro, Ultraman e Ultra Seven.
Abraço!
Fala, Aniki (desculpe a demora em comentar)!
Boa essa comparação com os Brasinhas do Espaço, realmente parece, ah ah ah!
A imagem da Gazeta em casa também era terrível e eu tinha que ver na TV preto-e-branco do quarto, pois era na hora das novelas. Eu assistia, mas mesmas condições, o Sawamu e o Judoca, que também passavam na Gazeta.
Falou! Abração!
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