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Ledd: Da web para o papel |
Sempre que posso ou sou solicitado, comento sobre a situação do mercado de quadrinhos no Brasil, que curiosamente parece bom para uns e ruim para outros, conforme comentei num texto polêmico para o site Ambrosia.
HQs on-line, ou webcomics, têm sido uma boa alternativa para publicação, mas não para se ganhar dinheiro. Por isso, o passo real no sentido de tornar Ledd um negócio sustentável economicamente é a versão em álbum. Afinal, nem o mais obstinado e apaixonado autor trabalha tanto de graça por muito tempo. E apesar das histórias já terem sido publicadas, o grande incentivo para os compradores é o prazer de ter o álbum na estante (pois os desenhos são melhor apreciados em papel do que na tela, sem sombra de dúvida) e poder curtir os interessantes extras, além das páginas colorizadas.
A aposta é ousada, o material tem qualidade e Ledd representa um novo sopro de vitalidade no sempre incerto mercado nacional de quadrinhos. Desejo sucesso, que os autores merecem. E estão tentando acertar, com um planejamento coerente e muito esforço.
O lançamento oficial será no dia 11 de novembro, durante o evento FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), em Belo Horizonte/ MG. Depois, haverá uma maratona de lançamentos, que já tem confirmadas as seguintes datas e locais: Rio de Janeiro (RJ), dia 16 de novembro, às 19h, na Saraiva MegaStore do Botafogo Praia Shopping; e dia 18 de novembro em São Paulo (SP), 18h30 na loja de artes da Livraria Cultura da Av. Paulista. Outras datas ainda poderão ser confirmadas.
PARA COMPRAR AGORA:
O material está em pré-venda por R$ 19,90 e frete grátis no site da Jambô. Acesse aqui.
SITE OFICIAL: www.leddhq.com.br
EXTRA - Depoimento exclusivo:
E agora, uma cortesia para os leitores do Sushi POP. Pedi uma nota sobre bastidores para o roteirista J.M. Trevisan, que gentilmente respondeu. Confira:
Nagado: Como é o processo de produção de LEDD? Mudou algo no método de trabalho desde o início, devido ao entrosamento entre os autores?
J.M. Trevisan: O processo é longo, tortuoso e lento. É praticamente um milagre da internet, já que eu moro em São Paulo, o Lobo é de Recife e a editora tem sede em Porto Alegre.
Normalmente eu faço uma outline (resumo) do roteiro do episódio em tópicos curtos,
discuto com o Lobo, que faz as sugestões dele. Depois disso, escrevo o
episódio, mando para o Lobo e ele esboça. Discutimos o esboço, peço
alterações se for o caso e ele faz o lápis. Em cima do lápis, faço o
letreiramento enquanto o Lobo artefinaliza. Acabando, ele me manda as
paginas prontas e sugestões para as onomatopeias. No Photoshop eu aplico
as onomatopeias e edito as imagens que tiverem necessidade. Depois
fecho a diagramação, a página teaser do episódio seguinte e mando para o
webmaster.
Há
um entrosamento que facilita bastante, mas há também a confiança das
duas partes, o que ajuda mais ainda. Não é fácil mesmo depois de quase
um ano, mas ao menos é divertido. E vem dando certo!