Em fevereiro de 2011, foi lançado o livro independente Elementos do Estilo Mangá, de João Henrique Lopes. A obra versa sobre definições e técnicas visuais utilizadas na maioria dos mangás, codificando a linguagem gráfica e apresentando a visão do autor sobre o tema.
De modo ousado e consistente, o trabalho questiona a definição dos pesquisadores que consideram o mangá como uma escola de narrativa visual. Assim, o livro é focado na visão do mangá como um conjunto de técnicas de ilustração. Na época do lançamento, escrevi uma resenha sobre a obra aqui no Sushi POP.
Agora, um ano depois, o livro ganha versão em inglês, revisada e ampliada sob orientação do renomado pesquisador Frederick Schodt, autor de dois volumes fundamentais sobre mangá editados no ocidente: Manga! Manga! The world of japanese comics (Kodansha International, 1983) eDreamland Japan (Stone Bridge Press, 1996). Seu aval e sugestões enriqueceram a obra, cujo título internacional ficou sendo Elements of Manga Style. A edição em inglês tem mais conteúdo e imagens que a versão original, com destaque para uma análise sobre o estilo e evolução de consagrados autores de mangá.
O livro será vendido no site da Amazon.com em formato impresso e digital. Quando as vendas forem iniciadas, o link será postado aqui.
Foi lançado recentemente no Japão o novo single da banda feminina SCANDAL. "Harukaze" (ou "Vento da primavera") é a mais nova abertura do animê Bleach, baseado em mangá homônimo de Tite Kubo. O animê irá terminar no Japão em março e há uma versão live-action em desenvolvimento nos EUA, pela Warner Bros. Sobre a SCANDAL, é uma raridade entre os grupos femininos de J-pop (na verdade, estão mais na classificação J-Rock). Elas formam uma autêntica banda de rock, criada não em escritórios de gravadora, mas de forma independente, entre quatro amigas. Nascida no meio estudantil e se destacando em festivais amadores, a SCANDAL acabou sendo descoberta pelas grandes gravadoras, estando atualmente na Sony Music. Apesar de seu apelo visual estar sendo bastante explorado, há um abismo de distância entre elas e as inúmeras pop idols que pipocam na mídia japonesa, tendo uma sonoridade própria, autoral.Em 2009, elas já haviam gravado uma abertura de Bleach - a décima - intitulada "Shojo S" ("Garota S").
Isao Sasaki em uma emocionante apresentação em 1999.
Aproxima-se a estreia da nova versão da Patrulha
Estelar, que acontecerá no Japão em 7 de abril. Na recente
coletiva de imprensa realizada em 18 de fevereiro, foi anunciado
que o grande Isao Sasaki (que completa 70 anos em 16 de maio) gravou uma nova versão do icônico tema do
Yamato, para servir de abertura para o remake.
Uma voz poderosa eternamente ligada à Patrulha Estelar.
38 anos atrás,
Sasaki marcou época, com um dos mais famosos temas de abertura japoneses. A canção valorizou ainda mais o animê que detonou o primeiro "animeboom", a
explosão da indústria da animação no Japão na década de 1970. Tendo cantado também temas de Goranger, The Ultraman, Galaxy Express 999, Dekaranger, Metalder e Ultraseven 99 (entre outros), Isao Sasaki também é ator, tendo interpretado o Prof. Nanbara, personagem fixo da série Jaspion, em 1985~86. Depois de ter sido esquecido na produção do live-action do Yamato, que acabou tendo uma música de Steven Tyler (Aerosmith) que caiu no esquecimento, Sasaki volta em grande estilo. A presença do quase septuagenário músico é bastante significativa, ainda mais em termos de mercado.
Cada vez mais aberturas de animês tem sido entregues a nomes do
cenário J-pop, entre veteranos e iniciantes, não raro com canções que nada têm a ver com a produção. Isso aproxima áreas
distintas da cultura pop japonesa e pode ser até benéfico para a indústria,
mas particularmente gosto mais das músicas com pegada mais
heróica, vibrante. Gosto de anisongs "de raiz", se é que podemos
usar esse termo. Mesmo curtindo muito certas músicas de
animê/tokusatsu da vertente mais pop, ainda prefiro as que levam um espírito mais tradicional e se integram à série de modo coerente.
E vendo o mais recente trailer (vídeo logo abaixo), chega a ser um alívio constatar que, aparentemente, a produtora não se rendeu aos modismos da indústria pop, como as menininhas estilo "moe", os personagens adolescentes histéricos ou mesmo uma trilha sonora com conjuntos de idols descartáveis e formatadas. Tudo parece reverenciar a obra original, apenas atualizando a produção. Mantendo o espírito da série clássica, a equipe de Yamato 2199 tem pela frente uma missão difícil, que é honrar o legado de um trabalho revolucionário em sua época e que ajudou a indústria do animê a amadurecer, expandindo seu público. Se vão conseguir, logo saberemos.
O novo trailer de Yamato 2199.
Aira Yuuki: Grande responsabilidade na trilha sonora do Yamato
Ainda sobre a trilha sonora: As músicas de fundo originais ganharão novos arranjos, missão
entregue a Akira Miyagawa, filho do falecido compositor Hiroshi Miyagawa. Akira é o
segundo filho de um membro da equipe criativa original a assumir
o posto do pai, lembrando que o produtor da obra é Shoji Nishizaki, filho do também falecido Yoshinobu Nishizaki. Pianista renomado, trabalhou na trilha de Shin Mazinger Shôgeki - Z Hen, Emily of New Moon, Kirby e outros.
Acompanhando a regravação da trilha original, haverá um novo tema de encerramento, cantado por Aira Yuhki. Apesar do jeito de menina, já tem 30 anos de idade e, além de ter gravado várias canções de J-pop, também cantou anisongs para Densetsu no Yuusha no Densetsu (ou "Legend of Legendary Heroes") eArmored Trooper Votoms ("Hoshi wo motomete" - abertura), entre outros. Mais Yamato 2199 nos cinemas: Já havia sido divulgado que os primeiros dois episódios teriam
exibição em 10 cinemas de Tóquio no dia 7 de abril. Os episódios
de 3 a 8 serão compilados em outro especial para cinema, a ser
exibido, também em circuito limitado, em 30 de junho. Já o primeiro DVD/Blu-ray desse remake sai no Japão em 25 de maio.
Arte conceitual de Yoshitaka Amano para Final Fantasy V
O Sandman de Yoshitaka Amano em um livro belamente ilustrado
Trabalhando com todos os aspectos da cultura nipônica, a Fundação Japão dá grande importância à chamada cultura pop japonesa em suas mais diversas tendências. Já trouxe os diretores de animê Megumu Ishiguro (Pokémon) e Yasuhiro Imagawa (Robô Gigante), a cantora de anisongsMitsuko Horie (Candy Candy, Yamato), a Embaixadora do KawaiiMisako Aoki e várias outras personalidades.
Já tive a honra de palestrar a convite da Fundação Japão em 2010, no eventoDesconstruindo o Mangá e o Animê, junto com a Professora Doutora Sonia Luyten. Enfim, é uma entidade que trata com absoluta seriedade a cultura pop japonesa, colocando-a no mesmo nível de manifestações artísticas e culturais tradicionais.
Dentro dessa filosofia, a Fundação agora traz ao Brasil o renomado Yoshitaka Amano, famoso pelo visual dos games de Final Fantasy. Dele, tenho Sandman - Dream Hunters, primorosa obra que ilustrou sobre texto de Neil Gaiman. Mas muito antes disso, tive contato com a obra de Amano (mesmo sem saber) vendo clássicos dos animês como Speed Racer. Em Pinóquio, exibido na extinta TV Tupi nos anos 1970, ele criou monstros e pesadelos surreais e assustadores. Pinóquio era um desenho pesado, dramático e impactante, onde Amano já deixava sua marca. Expandiu horizontes e tornou-se um ilustrador renomado, uma marca de qualidade e ousadia gráfica. Sua vinda ao Brasil é extremamente relevante, ainda mais que acontecerá em um grande evento de games, o Gameworld.
Confira abaixo o texto de divulgação que chegou a mim e curta o fantástico teaser trailer do novo projeto de animação de Amano.
YOSHITAKA AMANO NO BRASIL Press release - Fundação Japão
A
Fundação Japão
e a Tambor
Digital trazem
pela primeira
vez ao Brasil
o artista
Yoshitaka
Amano, que
realiza a
“Mostra
Yoshitaka
Amano” e uma
palestra
durante o
Gameworld
2012, evento
que acontece
entre os dias
30 de março e
01 de abril de
2012 no Centro
de Convenções
do Shopping
Frei Caneca,
em São Paulo.
A palestra
acontece no
dia 30 de
março de 2012,
na própria
feira.
As
31 obras –
todas inéditas
no país, ficam
em cartaz
durante a
feira, que já
reuniu mais 20
mil visitantes
só no ano
passado. As
ilustrações
são apenas uma
das atividades
do artista,
que se dedica
também à
pintura, além
de desenhar
quimonos e
figurinos para
teatro kabuki
e criar jóias.
Trabalhou
para o estúdio
de animação, a
Tatsunoko
Productions,
onde fez parte
da equipe de
criação do
animê Speed
Racer, sucesso mundial nos
anos 1960 e popular até hoje. Desde
então,
participou em
destacadas
obras como a
série Time
Bokan,
Gatchaman (G-Force no
Ocidente),
Tekkaman, Pinóquio e Abelhinha Hutch.
Faz parte de
uma geração de
animadores,
juntamente com
Mamoru Oshii e
Akemi Takada,
que construiu
a base de toda
cultura pop
contemporânea
japonesa.
Vampire Hunter D - Outro representante do vasto universo visual do autor
Bastante
conhecido pelo
trabalho
colaborativo
com Neil
Gaiman, na
série Sandman,
em Caçadores
de Sonhos,
Yoshitaka
Amano ganha
repercussão
internacional
com a criação
dos
personagens da
série de
videogames
Final Fantasy.
Trabalhou
também na
série Vampire
Hunter D de
Hideyuki
Kikuchi; Guin
Saga, de
Kaoru
Kurimoto;
Chimera, de
Baku
Yumemakura e
em Moju, de
Edogawa Rampo.
Colaborou com
autores
ocidentais
como Michael
Moorcock
(Elric the
Necromancer)
e em livretos
de ópera de
Richard Wagner
(Tristão e
Isolda e The
Flying
Dutchman).
Por
quatro anos
consecutivos,
1983-1987,
recebeu o
Prêmio Nebula,
considerado o
Oscar da
Literatura
fantástica de
trabalhos de
ficção e
fantasia
publicados nos
EUA. Além
disso, recebeu
indicação ao
Prêmio Hugo,
em 2000, e
conquistou o
Prêmio Eisner,
Prêmio Dragon
Con, e o
Prêmio Julie
por suas
pinturas.
Incansável,
busca sempre
novas mídias e
suportes para
expressar seus
sonhos e visão
de mundo, que
vem praticando
em mais de 40
anos de
carreira,
mesmo
recusando o
título de sensei
(professor, em
japonês) ou
mestre. “A
maioria das
pessoas gosta
de atingir uma
posição
respeitável ou
ganhar uma
promoção. Eu
me sinto
preso. Quero
fazer coisas
que nunca
fiz.”, diz ele,
em entrevista
para o jornal
Japan Times,
em 2011.
Sua
mais recente
empreitada é a
criação do seu
próprio
estúdio de
animação, em
2010,
intitulado
Deva Loka. A
primeira
produção,
agora como
diretor, é a
animação Deva
Zan, obra que
usa a técnica cel-shading
como base de
sua produção,
onde a
principal
ideia é
renderizar uma
imagem em 3D
de forma que
se pareça com
um desenho
feito à mão,
2D. Deverá ser
lançada
oficialmente
este ano.
“Deva
Loka para os
hindus
representa o
mundo da luz
eterna; a
esfera dos
deuses. Este é
também o
universo de
Yoshitaka
Amano, o
artista que em
sua essência,
vive em busca
constante pelo
inusitado,
pela
descoberta e
pela
redescoberta.
É possível ver
em suas obras
a sutileza da
mulher com
olhar distante
na leveza das
formas
orgânicas do
Art Nouveau e
na profusão de
cores que
dançam em suas
composições.
Faz-se
impressionar
pela
capacidade de
captar o
momento
preciso da
representação
de força da
natureza, tal
qual o impacto
causado pela
contemplação
de um quadro
do Mundo
Flutuante. O
artista
converge todos
os mundos;
passados,
presentes e
futuros em
imagens
únicas. Para
Amano, não há
ruptura entre
a tradição e a
contemporaneidade.
Sua
criatividade
expõe a
singularidade
de sua
compreensão de
universo. É
deste modo que
sua arte flui
e fluirá para
além da última
fantasia”,
afirma a
Profa. Adriana
Kei,
coordenadora
de Design de
Animação da
Universidade
Anhembi
Morumbi.
- Veja aqui o trailer de Deva Zan:
Yoshitaka Amano
Perfil
YOSHITAKA
AMANO
Nasceu
na cidade de
Shizuoka, no
Japão, em
1952. Em 1967,
ingressa na
Tatsunoko
Production e
começa a criar
personagens de
animação de
sucesso e
então torna-se
independente,
recebendo
destaque no
mercado
editorial.
Em
1997, realiza
uma grande
exposição
individual em
Nova Iorque,
nos EUA, e um
evento
multimídia, em
1999, chamado
“Hero” – série
de projetos
sobre a
aventura épica
de um principe
reencarnado
num futuro
distante,
realizado no
centro de artes Angel
Oresanz
Foundation,
também em NY.
No Japão,
realiza
exposição no
Ueno Royal
Museum, além de
inúmeras
mostras
organizadas.
Em
1997, colabora
com a
Filarmônica de
Los Angeles
para a criação
de 1.001
Nights,
projeto que
reuniu filme,
música e
animação.
Em
2004, expande
sua atuação
nas artes
plásticas,
exibindo suas
obras em
exposições
individuais na
Europa
(Mônaco,
Cannes,
Berlim,
Dinamarca),
entre outros
lugares.
Organiza a
exposição “Eve
9002″ na Ópera
de Paris, em
2009, onde uma
espécie de
balé de
imóveis e
cristalizadas
heroínas são
apresentadas,
por apenas 3
horas, criando
um ambiente
urbano e
mitológico.
Conquistou o
respeito pelo
mundo da moda,
depois deste
evento. Em
2010, ganhou
uma
retrospectiva
de seus
trabalhos,
“From
Gatchaman to
Deva Loka —
The Legend
Continues”,
no Museu Arte
Contemporânea
de Taipei
(MOCA-
Tapiei), em
Taiwan.
Serviço
Mostra
Yoshitaka
Amano
30,
31 de março e
01 de abril de
2012
Palestra
de Yoshitaka
Amano
30
de março de
2012
Local:
GameWorld
2012
Centro
de Convenções
do Shopping
Frei Caneca
Rua
Frei Caneca,
569 –
Consolação
São
Paulo/ SP
Tel:
(11) 3472-2000
OBS.:
A
palestra e a
mostra são
gratuitas, mas
a entrada do
GameWorld é
cobrada.
Numa época de grande entressafra de animações japonesas nas emissoras brasileiras, a TV Globo exibiu brevemente um animê de grande sucesso, que marcou muitas crianças e adolescentes no final da década de 1980. Para recordar, estou reeditando uma matéria que fiz para a antiga revista Herói, em 1995, mas com alguns extras. Divirta-se!
A abertura original, "Pure stone", de Risa Yuuki. Versão sem os créditos.
INTRODUÇÃO O planeta Mariz é considerado uma segunda Terra, onde vive uma grande colônia de humanos. A paz dura até o ano 2.387, quando os invasores do Império Noza iniciam seu violento ataque e os humanos não têm como enfrentá-los. A situação muda quando três pistolas de origem desconhecida são encontradas. Com um poderoso raio vermelho de desintegração, as pistolas recebem o nome de Zillion e são confiadas a três agentes de elite que deverão destruir a ameaça Noza.
A história contada até aqui parece a de uma rotineira série de super-heróis. Pra piorar, Zillion foi planejada apenas para promover brinquedos e games da Sega. No caso, eram as próprias pistolas, que podiam ser usadas para jogar um tipo de paintball eletrônico. Cada jogador de Zillion usava um sensor no peito (similar ao que aparecia na série) e este indicava quando ele era atingido pela arma de um adversário. Além disso, havia o console Master System, com um cartucho Zillion e a pistola Light Phaser, igual à Zillion dos primeiros episódios.
FAZENDO A DIFERENÇA
Para que a série não fosse apenas mais uma entre tantas outras, a Tatsunoko Production trabalhou com um time de primeira e criou uma série diferenciada. Nasceu assim a série Zillion, com as aventuras do esquadrão White Nuts(chamada aqui de White Knights).
Especial da revista Animedia,
destacando um dos grandes
sucessos de 1987.
Liderados pelo chefe Gordon (Gord, no original), os White Nuts são: o vaidoso Champ (que é o melhor atirador do planeta), a sensual Apple e JJ, um combatente incansável, que acabou ficando mais famoso por suas manias do que por sua destreza. Sendo um mulherengo contumaz, JJ adora passar a mão em garotas, espiá-las no banho e por aí vai. Completando o time, tem o engenheiro e piloto de jatos Deibo (Dave), a secretária atrapalhada Amy e o robô ovóide Bongo (Opa-Opa, no original). Entre uma batalha e outra, sempre rolava muita confusão com o grupo, especialmente entre Champ e JJ, sempre brigando pela atenção de Apple que, no fundo, tinha uma queda por JJ.
Zillion estreou na TV japonesa em 12 de abril de 1987, na TV Nihon. Na entrega anual do Prêmio Atom (uma homenagem ao Tetsuwan Atom – ou Astro Boy – de Osamu Tezuka), a série abocanhou alguns prêmios, incluindo melhor obra, melhor personagem masculino (para JJ) e melhor personagem feminina (Apple). A série terminou precocemente em 13 de dezembro de 1987, com a derrota dos Nozas. Apesar do sucesso, Zillion durou pouco devido a problemas contratuais entre a Tatsunoko e a Sega.
"Utahime sayokyoku", com Yuko Mizutani, a abertura de Burning Night. DEPOIS DA SÉRIE
Em 1988, os fãs japoneses ganharam um presente: uma aventura inédita lançada diretamente para vídeo. Era Zillion – Burning Night, com 45 minutos de duração. Tratava-se de uma história ambientada numa realidade alternativa e época imprecisa, onde o chefe Gordon é dono de uma boate animada por uma banda de rock formada por Apple (vocal), JJ (guitarra), Champ (baixo), Amy (teclados) e Deibo (bateria). Os Nozas aparecem como uma quadrilha de humanos normais que raptam Apple e são perseguidos por JJ e Champ. Sem ligação com a cronologia da série, Burning Night foi lançado em junho de 1988 e logo se tornou o oitavo título mais vendido daquele ano.
Criado sem a obrigação de ser uma obra-prima e com recursos de animação bem limitados, Zillion surpreendeu com suas histórias cheias de humor e um ritmo alucinante. JJ e seus amigos mostraram que salvar a humanidade pode ser algo bem divertido. FICHA TÉCNICA Título original: Akai Koudan Jirion (Raio de Luz Vermelha Zillion)
Estréia no Japão: 12/ 04/ 1987 (TV Nihon) Número de episódios: 31 p/ TV e um para vídeo Criação: Tsunehisa Itoh Roteiro: Tsunehisa Itoh e Seiya Yamazaki Trilha sonora: Jun Irie Direção: Takayuki Gotoh, H. Hamazaki e Akira Watanabe Direção geral: Mizuho Nishikubo Chefe de produção: Ippei Kuri Realização: Tatsunoko Production Emissoras no Brasil: TV Globo e TV Gazeta
Texto publicado originalmente na revista Herói n. 19 (Ed. ACME/ Nova Sampa, 1995) CURIOSIDADES: Por Michel Matsuda (*)
Borgman: Heróis metálicos
armados com... Zillion?
ZILLION: A PISTOLA RECICLÁVEL - Quatro meses após o término de Zillion, a pistola que dava o título a série viria a ser reaproveitada num outro animê, o Chôon Senshi Borgman (Guerreiro Supersônico Borgman), em abril de 1988, também pela Nippon TV, mas com produção do estúdio Youmex. Chamada apenas de pistola Borgman, era apenas uma das armas do herói, e não tinha a mesma importância do que na série original. Isso foi possível por se tratar do mesmo patrocinador, a SEGA. E alguém se lembra da antiga Zillion, aquela com a caixa preta? Na série, foi usada do capítulo 1 ao 11, quando deu lugar a outros modelos.
Apesar dela jamais ter sido comercializada em brinquedo, serviu de modelo para a criação da pistola do Master System, a Light Phaser. Entretanto, esta Light Phaser não foi lançada no mercado japonês, já que nenhum dos jogos compatíveis com a pistola saiu por lá. Nos jogos Phantasy Star Online Episode 1 e 2, para o Game Cube, era possível escolher uma arma muito parecida com a Zillion, chamada de Ruby Bullet.
A cobiçada Zillion, ou melhor, Light Phaser
ZILLION: IDEIAS E MAIS IDEIAS... – Como toda e qualquer obra, Zillion passou por diversas etapas até chegar a sua versão definitiva. No início, só existia a pistola da SEGA, e a Tatsunoko teria que criar uma história que realçasse ao máximo as características da arma. Pra isso, três vertentes da história foram elaboradas. A primeira seria uma história de guerra real, protagonizada por soldados, e a Zillion, uma arma militar. A segunda seria uma história de fantasia estilo Rei Arthur, sobre um viajante que receberia uma pistola dos deuses. A terceira ideia seria de uma equipe estilo Super Sentai, em que adolescentes se transformariam ao colocar o Zillion Badge no peito (um alvo que vinha no brinquedo). Pode-se dizer que o resultado final foi um misto de todas as ideias. A princípio, os heróis utilizariam armaduras, mas desistiram da idéia, tanto pela mobilidade, como pela proteção ineficaz. Essa ideia acabou sendo utilizada em Borgman. Com capacete, a distinção dos personagens seria mais difícil. Então mudaram para óculos, mas aí continuaria ocultando a expressão facial. A solução então foi o Red Guard, um visor colocado no olho direito. Na primeira sinopse do último episódio, Apple formaria um casal com o JJ, assim como o Champ se daria bem com a Emi. E na última cena, Apple daria um beijinho no JJ, o que acabou sendo substituído por uma cena cômica com os rapazes caindo de suas motos.
Ilustração do diretor Takayuki Goto
para a capa do segundo DVD Box
da série, lançado no Japão.
ZILLION: 31 OU 35 EPISÓDIOS? -
Originalmente, a série Zillion havia sido planejada apenas até o episódio duplo ― "Vivo ou Morto? Confronto do Destino" (episódios 15 e 16), exibido nos dias 19 e 26 de julho de 1987, e para preencher o horário enquanto um novo lote de episódios não ficava pronto, a Nippon TV colocou no ar uma seleção de episódios intitulada Zillion Kessaku Sen (Zillion Seleção Obra-Prima), respectivamente os episódios 1, 6, 7 e 16. Após o intervalo de um mês, a série voltaria com episódios inéditos no dia 6 de setembro, e com o subtítulo Gekitô Hen (Fase Dramática) adicionado na abertura. A partir dessa fase, houve a mudança de horário e a série passou a ser exibida às 10h30 de domingo, e não mais às 10h00. Comenta-se que foi uma estratégia da Nippon TV para não bater de frente com a série Kamen Rider Black, que estrearia às 10h00 pela TBS.
Curiosamente, por causa dessa breve reprise, a renomada revista especializada Animage catalogou a série contando 35 episódios, confundindo fãs e colecionadores que conheceram Zillion em reprises ou exibições fora do Japão. (*) Material extraído do e-book Cultura Pop Japonesa - Histórias e Curiosidades, disponível gratuitamente para download aqui. E você? Curtia Zillion? Descobriu a série depois? Conte sua opinião sobre a série na parte de comentários, depois do box de anúncios.